sábado, 10 de julho de 2010

Enduro da Figueira da Foz


Dos Enduros da Figueira da Foz só guardo belas memórias.
No já distante ano de 2002 na especial nocturna com piso misto terra/alcatrão fiz um 11º lugar à geral numa época que o melhor tempo das especiais tinha sempre 6 a 7 candidatos sérios à vitória com outros tantos a espreitarem uma oportunidade de inscrever o seu nome nos vencedores de especiais.
No ano seguinte, 2003 o campeonato tinha o seu termo nas areias da Figueira, foi uma época que a incerteza dos três primeiros lugares reinou até às últimas especiais. Uma muito boa prestação no segundo dia deu-me o “vice” frente ao meu amigo Centeno.
No ano passado foi a realização de um velho sonho participar e concluir as olimpíadas do Enduro,” O SIX DAYS”. Depois de ter vencido o campeonato Verdes II a cereja no topo do bolo nas areias da Figueira da Foz.
Este ano tínhamos logo à partida uma baixa incontornável, não podíamos contar com a imensa experiência e saber do Srº Celestino, fundador e responsável máximo da CElCRU nem com as suas palavras calmas e sábias nos momentos mais agitados. A equipa fez o seu melhor para minimizar a sua falta.
Nesta edição do Enduro da Figueira da Foz tivemos pela frente um percurso demolidor, com especial referência à subida dos “cogumelos”, e um conjunto de especiais bem delineadas apimentadas com um calor sufocante. Bela prova.
Em termos competitivos o primeiro dia saldou-se por um quarto lugar, atendendo ao facto de à entrada das ultimas duas especiais o travão traseiro ter deixado de cooperar tenho de considerar este resultado como bastante positivo.
Parti para a Especial Nocturna com uma vontade e convicção de puder rubricar um bom resultado. O problema de fuga de óleo do travão traseiro tinha sido parcialmente resolvido.
Fiz o melhor tempo da classe Nacional e o oitavo á geral, um bom prémio face à terrível concorrência e às adversidades pelas quais tenho passado.
Infelizmente os problemas com a fuga de óleo do travão traseiro pelo parafuso que contêm os contactos eléctricos de funcionamento da luz de STOP não è virgem. A experiência já nos ensinou que a resistência deste componente não Kawazaki é aleatório e quando “dá para o torto” não resiste a mais que duas a três voltas ao percurso.
Após pequeno briffing com a minha equipa tomei a difícil decisão não correr no segundo dia. Foi a primeira desistência da minha carreira no Enduro.
Para Gouveia certamente traremos outra solução mecânica .
Há alegrias que não esqueço nem posso deixar de as compartilhar com os meus amigos e nesta prova houve um desses momentos.
A luta pela primeira posição dos Verdes II e do campeonato estava ao rubro, João Silva, Janita para os amigos, e Elias piloto da BMW acabaram separados por menos de um segundo com vantagem para o nosso Janita. Desta forma o titulo só depende de dois terceiros lugares para o nosso Janita
Mas tudo teria sido mais ”fácil” para o Janita se ele, numa altura em que perdia 2 segundos para Elias, não tivesse puxado (literalmente falando) o piloto da BMW da entrada de um CH quando este entrava e a fazê-lo penalizaria por avanço 3 minutos.
São gestos desta grandeza e nobreza de carácter que me deixam orgulhoso de ter por AMIGO um Homem como o Janita. São amigos desta dimensão humana a minha maior riqueza.
Um abraço a todos e até Gouveia