Começou o campeonato nacional de enduro 2010 e com ele um novo desafio.
Nas nossas participações nos anos de 2003, 2008 e 2009 éramos uma simples equipa de carácter puramente familiar, é certo que contámos com alguns apoios, contudo hoje a realidade é bem diferente, estamos inseridos numa estrutura profissional, a CELCRUMOTOS, que em boa hora nos recebeu de braços abertos.
As participações anteriores foram sempre encaradas com muito profissionalismo, essa é a nossa forma de estar na vida, mas a total entrega, de alma e coração, em tudo o que a nossa equipe faz, não obstante os as apoios exteriores ( nomeadamente a caismotor ) não nos retirava o estatuto de "equipe familiar", hoje novos ventos sopram.
Esta nova realidade deu-nos uma maior percepção do mundo de diferenças que separa as equipas diatas familiares onde a boa vontade e o voluntariado são a base da sua sobrevivência e o estar integrado numa estrutura profissional ou semi-profissional.
Em Góis começou o campeonato e da melhor forma, não propriamente pelo resultado obtido mas porque foi um verdadeiro enduro.
A tempestade que açulou o país de norte a sul e a própia Europa apadrinhou a prova ampliando as dificuldades montadas pela organização, foi realmente um enduro em toda a dimensão do conceito que inicialmente presidiu a criação desta modalidade, uma prova de resistência, "endurance" em francês significa resistência.
Todos, desde os concorrentes ás assistências e á organização tiveram de dar o seu máximo, foram dois dias duros fustigados por uma chuva intensa e temperados por um frio que penetrava até aos ossos.
Não posso deixar de aplaudir a nobresa com que a organização da prova encarou todo o fim de semana tempestivo e pedir a outras organizações que coloquem os olhos neste exemplo de rigor e de coragem.
No primeiro dia o medir de forças era uma incógnita, de um dos lados da balança estava gente nova e um percurso com maior grau de dificuldade e no outro prato da balança uma moto soberba meticulosamente bem afinada e uma vontade férrea de colocar a maquina verde no pódio.
Á entrada da última especial, a extreme estava no lugar mais baixo do pódio, mas dois pequenos erros onde deixei "calar" o motor por duas vezes remeteram-me á quinta posição da tabela classificativa.
No segundo dia logo pela manhã os meus trinta e cinco anos "reclamaram a sua existência", estava com o corpo maçado mas a vontade de andar de moto e correr foi gradualmente colocando "tudo" no sitio e á partida já estava "quase" com 17 ou 20 aninhos como a concorrência.
A primeira especial correu realmente mal o sobreaquecimento do travão traseiro, provavelmente pelo acumolar de lama, deixou-o sem eficiência. Foi uma sensação de total frustração e impotência ver os adversários fugirem e não poder andar mais depressa.....mas ainda havia mais especiais pela frente e a muita garra, aquela que sempre me caracterizou. Fui subindo desde os ultimos lugares da tabela classificativa até á oitava posição quando fui surpreendido pela anulação da ultima volta. foi um golpe duro.
A atitude da organização é compreensivel face ás dificuldades do percurso mas infelizmente foi "menos boa" para os verdadeiros enduristas e abençoada pelos mais "tenrinhos"
Amigos até Ourem